Feira de Profissões da UFTM deve receber cerca de 3000 visitantes
Karolayne Stephanie de Jesus, aluna do 3º ano da Escola Estadual Nossa Senhora da Abadia, ainda não se decidiu sobre o curso que pretende concorrer ao terminar o ensino médio. “Estou pensando em fazer graduação em Psicologia, mas ainda fico em dúvida.” E não era a única questão para ela sobre o assunto. “E ingressar na faculdade, como eu vou começar, como eu terei a nota para entrar, o que eu vou precisar fazer?”, indagou a estudante.
Mas há uma certeza. Ela, nem de longe, está sozinha no campo das dúvidas. Fazer curso de graduação ou técnico? Como fazer para ingressar em qualquer um deles? Qual profissão seguir? Essas perguntas e muitas outras frequentam insistentemente o pensamento dos alunos que estão no ensino médio, principalmente daqueles que fazem o terceiro e último ano. Para auxiliar nesta demanda de Uberaba e região, a UFTM abriu as portas para receber a comunidade por dois dias na oitava edição da Feira de Profissões.
Com expectativa de atrair cerca de 3000 visitantes, alunos, docentes e técnico-administrativos da UFTM montaram estandes no saguão do complexo dos prédios dos Institutos, no bairro Abadia, sobre os 25 cursos de graduação do campus sede e os sete cursos técnicos do Cefores. Foram oferecidas palestras durante o dia sobre orientação vocacional e forma de ingressar nos cursos da UFTM. A Proace disponibilizou informações sobre assistência estudantil. Não faltaram atrações culturais com música e dança. Os fotógrafos da UFTM revelaram, com sensibilidade, os olhares de cada um sobre a Instituição em uma mostra de fotos. Os protótipos dos veículos das engenharias entraram na exposição. Mas o destaque foi a integração entre aqueles que chegaram à UFTM e os que estão por vir. Professores, alunos da graduação e de cursos técnicos acolhiam com cuidado cada pergunta dos jovens visitantes, deixando mais claro e delineado o traçado incerto do futuro profissional. “No início da Feira, já fizeram uma palestra sobre o Enem, o Sisu, notas de corte, sobre como a gente poderia se orientar e ingressar nos cursos, o que me ajudou muito”, contou Karolayne.
Bruno Oliveira da Silva, aluno do 3º ano da Escola Estadual Quintilhano Jardim, foi literalmente içado pelo curso Técnico em Segurança do Trabalho do Cefores. Ele pôde experimentar um dos equipamentos utilizados pelos profissionais da área que estava em exposição no estande. O tripé de segurança é utilizado para descida em espaço confinado como, por exemplo, galeria de esgoto. Bruno disse que sua escolha acadêmica está entre os cursos de Nutrição, Engenharia Civil e Química. Mas quer conhecer todas as profissões da mostra. “Eu acho que é importante porque eu não sei o que quero fazer ainda. Tenho que conhecer um pouco de cada.”
O professor Guilherme Ferreto, do curso Técnico em Segurança do Trabalho recomenda atitude semelhante a de Bruno. “A Universidade está abrindo as portas para que alunos do ensino médio possam ter o conhecimento de diversas áreas. No caso dos cursos técnicos, eles têm uma colocação rápida no mercado de trabalho. ”Ele lembra que a forma de ingresso é diferente. “O Cefores tem um processo seletivo próprio. O aluno entra no site da UFTM onde é divulgado o processo seletivo, faz uma prova que é separada do Enem e com a classificação ele ingressa no curso técnico.” explicou.
Entre os alunos expositores, a paixão pelo curso também contagia os visitantes. Alice Batista, do 8º período do curso de Licenciatura em Geografia revela o que a cativou. “A Geografia é ampla, atemporal, para mim, é maravilhosa, é tudo, é a vida!” A luz brilhava nos olhos ao explicar o material separado para a Feira. Escolheram mapas, globos, trabalhos realizados com escolas da educação básica sobre um bairro de Uberaba, um equipamento que representa os movimentos do Sol, da Lua e da Terra. Uma amostra da atenção dedicada aos candidatos a ingressar na universidade. O capricho foi instigado pela condução dos professores, ciosos da responsabilidade da tarefa. “O papel do professor na formação de um licenciando ou de um futuro professor de geografia, ou de qualquer outra licenciatura, perpassa várias ações. Não é só dentro da sala de aula. Aqui na Feira de Profissões, no âmbito da extensão universitária, os alunos precisam tomar conhecimento e participar de atividades que vão para além das dimensões do ensino e da pesquisa na Universidade. Por meio da Feira, o aluno de licenciatura tem contato direto com o seu futuro sujeito de atuação, que é o aluno na educação básica”, refletiu Amanda Gonçalves, professora do curso de Geografia.
E para trabalhar a conquista dos alunos ou candidatos a alunos das engenharias, cuja base são cálculos de matemática e física, é importante revelar a aplicação prática de tantos estudos complexos. No estande do curso de Engenharia Elétrica, o professor Cláriton Bernadelli explica um protótipo de uma impressora 3D, completamente criada por alunos. A Fresa CNC, como foi chamada, faz o contrário de outros modelos. Ao invés de depositar material para modificar a forma, ela retira material. “Por exemplo, nós temos uma madeira em que foi esculpida a logo da UFTM. Isso é um robô. A partir de uma imagem qualquer criada no computador, geramos um código de posição tridimensional. Esse código posiciona a broca na posição para o corte do material, fazendo a figura que desejamos”, relatou o professor.
As atividades da Feira atraem também quem tem um pouco mais de tempo para decidir a própria profissão. Sinomário de Oliveira Batista está no 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Nossa Senhora da Abadia e já aposta na tese de que quanto mais informação, mesmo mais cedo, é melhor. “Eu decidi vir agora porque quero saber mais, fazer a escolha certa, sem errar. Como eu gosto muito de atividade física, vou fazer curso de Educação Física ou Fisioterapia”, afirmou. E Sinomário foi prontamente auxiliado por Vinícius Ribeiro, aluno do 10º período do curso de Fisioterapia. “É muito importante que esses alunos do ensino médio tenham essa oportunidade. Muitas vezes eles têm dúvidas de que área seguir. Então é importante que nós, alunos da graduação, que já passamos há pouco tempo pelo que eles estão passando, possamos transmitir pelo menos um pouco do que vivenciamos na Universidade”, destacou.
O Pró-Reitor de Ensino, professor Wagner Roberto Batista avalia positivamente a Feira. “É expressivo o número de estudantes que estiveram aqui, tanto das escolas que a UFTM auxiliou com transporte quanto àqueles que vieram por conta própria. Em conversas com nossos pares, os professores, e com alunos das graduações, que estão nos ajudando na divulgação dos cursos, eles avaliam positivamente a Feira, desde a disposição do espaço como o papel social da Universidade em informar e divulgar nossos cursos, principalmente pensando nos alunos de escolas públicas”, concluiu.
Fotos: Marco Clemente e L.Adolfo/UFTM
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