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Extensão Universitária

Programa de Extensão voltado a deficientes visuais comemora 10 anos e se adapta durante pandemia

Publicado: Sexta, 26 de Junho de 2020, 08h49

O Programa de Extensão Universitária PROMOVER atua há mais de 10 anos com a população com deficiência visual em Uberaba e região. Está associado ao grupo de pesquisa CNPq “PROMOVER: Atenção integral a pessoas com disfunções” que desenvolve pesquisas que beneficiam pessoas com disfunções.

No ano de 2020, o Programa foi aprovado no edital de bolsas da Proext/UFTM, e também foi aprovado no edital Fapemig de Extensão voltado à pesquisa. Já formou mais de 100 alunos extensionistas e atuou em diversas cidades do Triângulo Mineiro e no interior de São Paulo.

Sensibilização de alunos extensionistas para cegueira
Sensibilização de alunos extensionistas para cegueira

 

Com coordenação conjunta dos professores Nuno Oliveira, Suraya Shimano e Karina Pereira, do Departamento de Fisioterapia Aplicada da UFTM, o Programa é composto por diversos projetos como “Pilates na deficiência visual”, “English for all”, “MAFA (Mãos e almas fazendo arte”), “Núcleo de Estudos PromoVER” e “Golfinho”.

Este programa que já foi aprovado no Edital Proext MEC/SESu, de concorrência nacional, recebendo nota 99 de 100 na avaliação cega, mudou o métodos de oferecer atividades durante a pandemia da Covid-19. Obrigado a suspender ações presenciais em função do distanciamento, utiliza tecnologias digitais para continuar os trabalhos.

Os projetos do Programa Promover

O projeto de extensão “Pilates na deficiência visual”, coordenado pelo professor Nuno Oliveira, é composto por discentes do curso de Fisioterapia e está abrindo vagas para o curso de Educação Física, além de alunos do Mestrado.

Idealizado a partir de um mestrado que identificou a possibilidade da utilização do MatPilates (pilates de solo) na inclusão dos deficientes visuais do Instituto dos Cegos do Brasil Central (ICBC), em Uberaba, o projeto tem o objetivo de desenvolver a prática do método Pilates adaptado para esse público, utilizando comandos verbais e táteis, além de ações de orientação e educação em saúde voltadas aos praticantes de modo geral.

Antes da pandemia, o projeto era realizado no ICBC duas vezes por semana, de modo individualizado, utilizando protocolos básicos e avançados, de acordo com a evolução dos participantes, atendendo a uma média semanal de 30 praticantes. Agora, as ações têm se adequado aos novos desafios adaptando as atividades de extensão presenciais para a divulgação de informações por mídias sociais. Docente e discentes integrantes do projeto realizam uma reunião semanal, via on-line, para organização de material informativo sobre a COVID-19, a importância da atividade física e discussão de atualidades e escrita de conteúdo científico utilizando os dados encontrados nas avaliações feitas ao longo das práticas. “As atividades práticas estão interrompidas, respeitando o que é preconizado pelas Secretarias de Saúde do município e do Estado de Minas Gerais e, por isso, realizamos a criação do perfil na rede social para tentar uma aproximação virtual da comunidade, forma mais acessível no momento atual”, e também com informações sendo oferecidas por meio de reuniões e áudios de descrição explicativos no grupo do Whatsapp com os deficientes visuais, destacou o professor Nuno.

O Projeto English for All

O Projeto English for All, coordenado pela professora Suraya Gomes Novais Shimano tem a proposta de oferecer um curso de inglês gratuito para deficientes visuais assistidos pelo ICBC - Instituto dos Cegos do Brasil Central, com o objetivo de desenvolver habilidades, capacidades e competências na língua inglesa para pessoas com deficiência visual. “Além de propor a inclusão, proporcionará uma autonomia e um diferencial positivo deste profissional para o mercado de trabalho. Afirmar, com base no princípio da equidade, a inclusão, que combate toda e qualquer forma de discriminação”, ressaltou Suraya.

 As aulas, que anteriormente ocorriam no Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos – ICBEU (com parceira com a Embaixada dos EUA no Brasil), agora acontecem on-line, com uso de plataformas digitais de TICs, com trabalhos em pequenos grupos, com materiais que estimulam a conversação como vídeos, séries e filmes. Todo o material de estudo é disponibilizado em Braille.

As avaliações do processo ensino-aprendizagem, que atendem em média 70 pessoas, levam em conta o processo de construção do conhecimento dos alunos em seus aspectos cognitivos, sociais e culturais.

O projeto Núcleo de estudos PromoVER

Também coordenado pela professora Suraya Shimano, o projeto ocorre dentro de um Núcleo de estudos dos cursos de graduação e pós-graduação em saúde da UFTM que realiza ações de prevenção, promoção e reabilitação em pessoas com deficiência visual. “Buscando evidências científicas para a prática clínica, os coordenadores do projeto de extensão viram a necessidade de se ter um momento de estudos visando assim maior qualidade das ações. Desta forma, a presente proposta do núcleo de estudos pauta-se na necessidade de discussão e atualização do conhecimento acerca da deficiência em suas múltiplas dimensões, além de estimular a integração em alunos de graduação, pós-graduação e professores”, afirmou Suraya.

No momento, os encontros acontecem on-line, com uso de plataformas digitais de TICs.

O Projeto MAFA (Mãos e Almas Fazendo Arte)

O Projeto MAFA do Programa PROMOVER, baseado na leitura e áudio-descrição de livros infantis adotados por escolas regulares é coordenado pela professora Suraya Shimano. Os áudios são disponibilizados para a coordenação pedagógica e professores do Instituto de Cegos do Brasil Central - ICBC para serem utilizados em atividades pedagógicas das crianças do Ensino Fundamental. Entre os objetivos do projeto, estão estimular a leitura, interpretação de texto e imaginação, artes manuais e coordenação motora em crianças cegas e com baixa visão de Uberaba e região.

As ações deste projeto foram associadas às do Projeto institucional do ICBC “LeituArte”. Desta forma, todos os livros terão sua releitura feita em artes plásticas com materiais reutilizáveis. Em futuro próximo, as crianças serão estimuladas a serem autoras de suas próprias histórias.

Durante a pandemia, os encontros da equipe estão acontecendo on-line, com uso de plataformas digitais de TICs. O encaminhamento dos áudios acontece por meio de grupos de whatsApp com os pais e as crianças de cada turma do ensino fundamental do ICBC.

O projeto Golfinho

O projeto Golfinho, também coordenado por Suraya Shimano, realiza fisioterapia aquática com pessoas portadoras de deficiência visual matriculadas no ICBC. Há grupos voltados para crianças (exercícios para desenvolvimento neuromotor, especialmente equilíbrio e coordenação) e adultos (equilíbrio, controle postural, força e flexibilidade).

Antes da suspensão das atividades presenciais, havia acompanhamento individualizado duas vezes por semana na piscina do Instituto de Cegos do Brasil Central. Os alunos extensionistas foram capacitados para a avaliação e intervenção na água por meio de métodos áudio-táteis.

Por força da pandemia, as atividades acontecem remotamente em grupo de whatsApp e canais do Instagram e YouTube. A equipe do projeto produz áudio-descrição de materiais oficiais importantes sobre a COVID-19 (formas de prevenção de contágio, cuidados aos infectados, redes de atenção à saúde), atividades físicas domiciliares e brincadeiras no ambiente doméstico que garantam atividade física e socialização.

Alunas extensionistas do projeto Golfinho
Alunas extensionistas do projeto Golfinho

 

Para mais informações sobre o Programa PROMOVER, acesse as redes sociais:

Instagram: https://instagram.com/promoveruftm?igshid=16kprhabsx894

Youtube: https://www.youtube.com/channel/UC4PaQMTZCiQvPCP_QLH5OQA/featured

O e-mail para contato é  O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Projeto parceiro

O projeto de extensão Acolhimento e orientação para pais e cuidadores de crianças com síndrome de Down”, parceiro do Programa PromoVER e vinculado ao Núcleo Rondon da UFTM, é coordenado pela professora Karina Pereira, do Departamento de Fisioterapia Aplicada.

O projeto é composto por alunos do curso de Fisioterapia e anualmente é feita a seleção para ingresso de novos discentes. O objetivo é acolher e orientar os pais ou cuidadores das crianças com síndrome de Down por meio de oficinas, sendo possível compreender o mundo Down e a realidade vivida pelas famílias e cuidadores.

Durante o período de pandemia da COVID-19, as ações do projeto têm se adequado a nova realidade para organização de material informativo para os participantes e a população em geral. A equipe extensionista produz cartilhas e vídeos semanais, além de encontros virtuais com as mães (teleatendimento) que estão inseridas no projeto atualmente.

Anteriormente, eram realizados encontros semanais no Laboratório de Fisioterapia do Centro Educacional, concomitante com o projeto de pesquisa “Desenvolvimento Motor de crianças com síndrome de Down que não adquiriram a marcha independente”. As crianças eram avaliadas mensalmente com a Escala Motora Infantil de Alberta (AIMS). Neste momento, de avaliação e intervenção das crianças é desenvolvido com os pais e cuidadores o acolhimento e orientação com atividades interativas, como exercícios físicos, massagens, conversas sobre temas que englobam a qualidade de vida dos pais e cuidadores, esclarecimento de dúvidas sobre a síndrome de Down entre outras.

A realização do projeto de extensão e pesquisa resultam de trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) e Iniciação Científica.

 

Fotos: Divulgação/UFTM

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