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Monitoria Inclusiva

Pesquisa aponta desafios e conquistas no Programa de Monitoria Inclusiva

Publicado: Sexta, 13 de Março de 2020, 08h58

 A ideia de pesquisar sobre a dificuldade que o ensino superior encontra para institucionalizar políticas efetivas de inclusão despertou na servidora da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis – PROACE e aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE,  Fernanda Oliveira Borges, o interesse em desenvolver uma pesquisa com a finalidade de analisar os sentidos que os participantes do Programa de Monitoria Inclusiva da UFTM atribuem à inclusão no contexto universitário. A pesquisa, intitulada “Monitoria inclusiva no ensino superior: discursos e imagens de si e do outro”, foi orientada pela professora da UFTM, Marinalva Vieira Barbosa, e os resultados devem contribuir para o desenvolvimento de ações de inclusão.

A Monitoria Inclusiva é um programa desenvolvido pela PROACE e consiste em um recurso pedagógico de apoio ao ensino, que possibilita o acompanhamento individual do aluno com Necessidades Educacionais Específicas - NEE, no que se refere a conteúdos do currículo. O Serviço de Acompanhamento Pedagógico Discente - SAPED da PROACE realiza a supervisão do programa.

De acordo com Fernanda, a pesquisa analisou os sentidos que os participantes do Programa de Monitoria Inclusiva da UFTM, monitores e os alunos com necessidades educacionais específicas, atribuem à inclusão. Chamaram a atenção das pesquisadoras o desconhecimento de monitores sobre educação especial/inclusiva anterior à participação no Programa de Monitoria Inclusiva; os discursos de descontentamento e outros de insegurança vindos da comunidade sobre o processo de inclusão na universidade, especialmente dos docentes; a dificuldade em articular um fluxo de trabalho multissetorial e multiprofissional; e, especialmente, o silêncio dos alunos a serem incluídos.

Fernanda Oliveira Borges, à esquerda, com a professora Marinalva Vieira Barbosa

 

Para desenvolver o estudo, foram observados os discursos presentes nos relatórios de avaliação do Programa de Monitoria Inclusiva da UFTM, as respostas dadas aos questionários e as entrevistas realizadas pela pesquisadora com os monitores e monitorados. Foram entrevistados alunos da UFTM que estiveram vinculados ao programa durante o primeiro e segundo semestres de 2017 e primeiro semestre de 2018.

Segundo as pesquisadoras, constatou-se que o aluno monitorado afirma que se sente incluído. Por outro lado, seus discursos possibilitam perceber imagens de um sujeito deslocado dentro do espaço universitário e que busca meios de superar os obstáculos sociais. O sujeito incluído no ensino superior se apresenta como aceito nesse espaço, não exatamente como pertencente, apenas inserido. A pesquisa ainda apontou, por parte de monitorados e monitores, a necessidade de construção de mais diálogo entre as diversas instâncias da universidade para que as práticas pedagógicas, sociais e culturais sejam efetivamente inclusivas. 

Para as pesquisadoras, temas como esse, relacionados à assistência estudantil e que trazem questões relacionadas ao trabalho na UFTM, certamente suscitarão contribuições às ações de inclusão desenvolvidas na universidade. A pesquisa completa será disponibilizada em breve na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações – BDTD. O entendimento maior, segundo Fernanda, deve ser no sentido de que “a universidade seja um espaço de todos, independentemente da singularidade constitutiva que cada um traz consigo. A dificuldade está na maneira que concebemos a diferença. É preciso olhar para o aluno a partir de suas possibilidades e não a partir da falta, considerando que ele tem toda uma história de vida e formação. Isso pode estimular a construção de conhecimentos que saiam da zona do hegemônico e apresentem novas contribuições para o processo de inclusão no ensino superior”, finalizou a pesquisadora.

Foto: Marco Clemente/UFTM

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Assunto(s): Monitoria Inclusiva , PPGE , PROACE.
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